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Brasil deve combater distorção tributária para crescer, aponta OCDE
Postado em 24/02/2015
Reduzir a informalidade do mercado de trabalho, avançar nos investimentos em educação e infraestrutura, além de combater as "distorções tributárias" e diminuir barreiras comerciais. Essa é a receita da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), espécie de clube dos países mais ricos do mundo, para a retomada do crescimento da economia brasileira.
Em relatório divulgado nesta semana, durante o encontro dos chefes de economia do G20, em Istambul (Turquia), o órgão apresentou uma série de medidas que, na sua visão, devem ser tomadas pelas autoridades brasileiras.
"A força de trabalho mais qualificada, a melhoria na infraestrutura, e menos distorções tributárias resultariam em melhorias de produtividade", diz trecho do documento, apresentado pelo secretário-geral da OCDE, o mexicano Angel Gurría.
O estudo enfatiza, por exemplo, que "nenhuma medida foi tomada" para amenizar a questão dos tributos. O país, destaca, precisa "reduzir a fragmentação e complexidade do sistema".
O relatório aponta, entre outras coisas, obras inacabadas do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), sugerindo que o país "melhore a capacidade de executar projetos sem atrasos desnecessários". Nesse trecho, a OCDE destaca a necessidade de se modernizar o setor portuário e a rede de distribuição elétrica.
FMI
O Brasil precisa manter o curso da consolidação fiscal, por causa do alto endividamento público e inflação elevada, além de promover investimentos em infraestrutura para reduzir gargalos que impedem um maior crescimento da economia, recomenda relatório de economistas do Fundo Monetário Internacional (FMI), apresentado no G-20. O Fundo faz a mesma recomendação para outros emergentes, como África do Sul, Índia e Turquia.
No caso do Brasil, o documento alerta ainda para a necessidade de o país fazer reformas no mercado de trabalho e na educação para aumentar a produtividade. O FMI fala também da necessidade de o País facilitar o comércio externo e o investimento. Em conjunto, as reformas melhorariam o ambiente para os negócios, estimulando a confiança dos agentes. A previsão do FMI é que o Brasil cresça 0,3% este ano e 1% em 2016.
América Latina
O indicador Ifo/FGV de Clima Econômico da América Latina caiu 6,3%, de 80 pontos em outubro para 75 pontos em janeiro, com piora tanto nas avaliações sobre a situação atual quanto nas expectativas. A queda dos preços do petróleo está entre os motivos para essa deterioração. No Brasil, o indicador se manteve estável em 57 pontos, mas o clima econômico no país é o segundo pior da região, superando apenas o da Venezuela, que marca 20 pontos.
“Especialistas parecem estar esperando que as medidas prometidas de ajuste macroeconômico entrem em operação no Brasil. Além disso, perspectivas de alta de inflação, baixo crescimento e problemas no abastecimento de água e energia não ajudam na melhora das expectativas”, afirma o relatório divulgado pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
Fontes: Folha.com, Estadão.com e Valor Online